Nestes
dias que antecedem o nascimento de Jesus, facilmente nos vimos perdidos
num mundo cheio de Martas inquietas e perturbadas com as muitas coisas
que julgam obrigatórias e que chegam embrulhadas com grandes laços e
cartões dizendo, tantas vezes o mesmo para todos, com palavras ocas e
frias.
Mas como sabemos, até Marta se apercebe que apenas e só uma coisa é necessária.
Se
ao olharmos para o presépio, não como um conjunto, lindíssimo, de
casinhas e bonecos, mas como o final (que contém em si mesmo o início)
de um enorme e inovador percurso iniciado pelo "SIM" de Maria.
Se
conseguirmos verdadeiramente deixar cair o medo e as dúvidas, tão
pequenos como nós próprios, e sentir a força da jovem grávida que segue
apoiada apenas na sua fé, e do jovem que a aceita e com ela caminha de
mão dada, cheio de confiança, até ao pequeno estábulo onde o mais
importante dos Homens nasceu.
Se
virmos com atenção que o filho de Deus, bebé indefeso, chega ao mundo
sem luzes, nem laços sumptuosos, nem roupas novas, nem mesa cheia de
comida, nem casa aconchegante, que tão mais sentido nos faria.
Se olharmos o Natal de coração aberto, pronto a receber todo o escândalo e poder da Boa Nova.
Então
deixaremos o acessório de lado e maravilhar-nos-emos com este Amor sem
fim onde, em Paz, diremos o "SIM" de Maria para que o Natal se dê, tão
perto, tão real, tão íntimo, dentro do nosso coração.
Liliana